É a porção central da retina, onde temos a visão de detalhes, e só nela! Todo o restante de nossa retina possui uma visão perceptiva, ou seja, vemos os objetos mas não conseguimos distinguir o que é com a precisão da visão central: vemos que é um livro, mas não lemos sequer o título, vemos uma pessoa, mas não a identificamos, temos nosso campo visual, mas há que ativar nosso “reflexo dirigido do olhar”, automático e presente desde o nascimento que nos faz mover a região central da retina – mácula – e então, enfim, identificar o que se trata. Nosso olho é como uma câmara fotográfica (1), em que a córnea e o cristalino constituem o sistema de lentes de focalização e a retina é o sensor da imagem. Faça esse teste: olhe fixamente a palavra “mácula” na figura 2, e, sem retirar dela seu olhar, tente identificar as palavras em volta somente com sua visão periférica. Impossível, sem você mover seus olhos! Esta região central é constituída somente de CONES, um tipo de células na nossa retina com sensibilidade especial para COR e FORMA. As outras células sensitivas são os bastonetes, que completam a retina periférica, com excelente sensibilidade à LUZ, mas menos aptas a identificar cor e forma.
Assim, se você olhar para o “nada” em frente e tentar perceber à sua volta, percebe tudo sem precisão, e somente onde FIXA a mácula sua visão é perfeita. Esta nobre região infelizmente é afetada por várias doenças, as maculopatias. Felizmente não são tão comuns, mas sua incidência aumenta com a idade: são as extensivamente estudadas “DMRI” – degenerações maculares relacionadas à idade – fruto de pesquisas que com Prêmio Nobel, identificando os chamados RADICAIS LIVRES como uma das causas, e as substâncias que os combatam e possam, dentro do possível, preveni-las. A partir da meia idade nossos sistemas protetores naturais começam a falhar. Por isso, em algumas certos casos, ocorre a morte sem regeneração de um cone novo, e a doença aos poucos se instala. Proteções nutricionais, ambientais e bons hábitos de vida modulam notavelmente sua incidência. Aconselhe-se com seu médico oftalmologista, clínico ou o nutricionista
O OCT – Tão importante para nós é esta região, incrivelmente pequena, com cerca de 3 mm(!), que até o final do século 20 as doenças degenerativas da mácula eram chamadas “senis”, termo impreciso e deselegante. Nada se podia fazer. Os estudos prosseguiram e hoje sabemos como prevenir e tratar, dentro do possível, algumas formas de DMRI. Existem as variações “secas” e as “úmidas” (em termos médicos, “atróficas” e “exsudativas”). As primeiras não respondem a qualquer tratamento; somente agora começam a chegar algumas novas propostas terapêuticas. As formas úmidas já se tratam desde 2005, quando foi aprovado o uso de medicações “antiangiogênicas”, que combatem o principal causador desta modalidade: vasos sanguíneos anômalos que nascem na mácula (3). São feitas injeções intraoculares dentro de protocolos bem estudados e formatados para que se obtenham os melhores resultados. O exame que detecta, classifica e avalia o tratamento é o OCT (sigla inglesa para “optical coherence tomography”), ou tomografia de coerência óptica. É exame rápido, sem luzes fortes, e até pode ser feito sem dilatação pupilar. Outros exames continuam auxiliando, mas o OCT é fundamental para selar qualquer diagnóstico em doenças de mácula. Pela sua comodidade vem sendo amplamente utilizado pelos oftalmologistas. Além das doenças da retina, também estuda, classifica e monitora com extrema segurança os glaucomas, o segmento anterior dos olhos e as doenças estruturais da córnea. Pessoas pouco cooperativas ou intolerantes e se beneficiam pela rapidez e conforto do exame.
A TELA DE AMSLER – É um método muito simples e preciso para identificar a qualidade da mácula. Observe a figura 4. Fixe o ponto central e dali não tire a fixação central. Sem mover o olho do ponto central, “perceba” se há falhas, distorções, manchas ou outra alteração nos quadradinhos da tela como na figura 5. Tudo certo? Sua mácula está saudável; qualquer alteração? Vale aprofundar o conhecimento com uma visita ao oftalmologista retinólogo. O exame é feito com os óculos para perto ou para longe e perto, se você usar. Faça em um olho de cada vez, cobrindo bem o outro com a palma da mão ou um cartão, sob luz direta no cartão e de boa qualidade. Telas maiores podem ser baixadas, visualizadas na internet ou solicitadas ao seu oftalmologista.